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O que muda no marketing político na Era Digital?

A resposta é bem simples: cada vez mais é necessário candidatos que tenham carisma e conquistem engajamento. Não adianta reclamar, você não vencerá a eleição apenas por suas ideias e por seu “currículo”. Você precisa ter o carisma de um influencer.

Também não basta contratar uma agência de marketing digital, especialista em algoritmos, campanhas, designer, etc... Isso é necessário, mas é a segunda etapa. A primeira é você ter construído “um personagem carismático” que irá conquistar engajamento. Contratar apenas uma agência de marketing, sem ter bem construído você mesmo, é ineficaz.

O carisma é cada vez mais importante. Isso acontece pois nessa nova era a decisão é cada vez mais emocional. Além disso, na atual eleição não basta você conquistar um voto. Você tem que fidelizar um fã. Vencerá quem conseguir engajamento real de seus eleitores e assim, esses eleitores se tornarão propagandistas/ativistas de sua candidatura e você será o criador de um movimento que culminará com sua eleição. E sua eleição será apenas o início de um verdadeiro processo transformador que você irá liderar.

Isso é saber lidar com a rede social. Não é “vender” você para ganhar votos e sim fazer de você uma liderança carismática que será o epicentro de alguma transformação real da sociedade.

Há quem diga que carisma não se ensina. Mas se descobre. O que propomos é retirar o véu que cobre o seu carisma, revelando o seu melhor ser para seu público. Às vezes é simplesmente mostrar um outro lado seu. Você está com uma imagem de guerreiro e podemos revelar seu lado "paz e amor" (lembram do Duda Mendonça repaginando o Lula para ser paz e amor? Foi o que elegeu Lula). Ou o contrário. Trabalhamos com a ideia de construir seu Avatar, seu "eu superior", seu ser arquetípico e criar estratégias de comunicação para mostrar isso para seu público, os futuros fãs ativistas de seu movimento.

Rede social também exige empatia emocional. Cada vez terá menos espaço para candidatos apenas técnicos.

Não adianta reclamar disso, tem que aceitar e trabalhar. Você pode defender boas ideias, mas tem que mostrar quem você é!

O eleitor não quer votar apenas em quem tem boas ideias, ele quer escolher um candidato que tenha o perfil psicológico que ele considera necessário para executá-las. Uns querem um candidato sério e técnico, outros querem um candidato sincero e brigão e ainda outros querem um candidato conciliador, etc..Você terá que escolher a imagem que quer comunicar. Se você quer ser político tem que saber que o eleitor não vota em você apenas por suas ideias, ele vota por seu perfil psicológico, por seu jeito. Ou deixa de votar por isso. É isso que você tem que construir em sua comunicação. Tal como um personagem de si mesmo você tem que saber comunicar em todos os lugares o perfil psicológico que você optou por construir. E idealmente você não construiu apenas um personagem, você deve comunicar um verdadeiro arquétipo, um “herói”, um Avatar.

Na construção desse Avatar muito se fala do branding pessoal. E é realmente fundamental pensar nisso. Sua roupa, sua barba, seu estilo. Mas o branding é apenas o passo final do trabalho, a embalagem do produto. Antes você tem que desenvolver você mesmo, “o produto”... E isso você constrói a partir de sua própria biografia, sua história de vida! É o que chamamos de Storytelling Pessoal.

Na era digital não adianta você mostrar apenas o seu currículo profissional. Você tem que saber contar suas histórias de vida, pois é ela que prova ao eleitor quem você é. Sua vida foi sua melhor escola. Saber contá-la prova que você aprendeu as lições e está apto a ser o líder que seu eleitor precisa.

Para isso é necessário pesquisar sua história de vida inteira, não apenas a parte profissional. Por vezes é em uma cena pessoal que você mostra suas habilidades. Um caso de infância, um jeito de brincar, a forma como você superou um conflito familiar, um causo que seu avô contava, uma sabedoria que você aprendeu na cultura de seus antepassados.

Para além da história em si existe ainda o jeito como você conta, seu real carisma. Você deve aprender a ser um bom contador de “causos”. Não basta uma ter boa história, ela precisa é ser bem narrada. E além de ter um bom roteirista para sua história, você tem que ter um bom diretor que lhe ajude a dar uma boa “performance”. E o seu jeito que comunica, o seu carisma. Às vezes um sotaque, uma timidez, uma risada, uma pausa, tudo isso e seu “jeito”. Percebê-lo e potencializá-lo é o nosso trabalho.

A estratégia de construção da imagem deve ser construída com Verdade, a partir de sua biografia real, a partir de seu carisma real. Na era digital das redes sociais não existe mais espaço para tentar criar algo que não seja verdadeiro... O marketing tem que ser o marketing da verdade.

É isso que fará a diferença na próxima eleição: saber contar sua própria história com seu próprio carisma e conseguir linkar isso com suas propostas de campanha. É isso que dará empatia com o eleitor. A empatia conquistará fãs e eles irão te ajudar a conquistar seus votos.

É esse o caminho para todos os candidatos, sejam pequenos ou grandes. Vejo muitos candidatos com poucos recursos gastando tudo em marketing digital. Mas não adianta ter marketing digital se você não desenvolver bem seu “produto”, seu Avatar. Essa é a base. Com um Avatar Bem desenvolvido você pode, até mesmo, conseguir mais recursos para a campanha. Uma eleição bem sucedida começa com você mesmo. Se você tem poucos recursos, sua melhor chance é investir em você mesmo! Se você acertar a magia de ter o próprio carisma, novas portas irão se abrir!



Newton Cannito é consultor de storytelling, roteirista e diretor de televisão e cinema. É doutor pela USP com a tese “ A Televisão na Era digital”, livro referência nos debates sobre comunicação na era digital. É formado pela Escola de Governo e foi Secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura.



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